João de Barro

Espécie: F. rufus

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Descrição
 
            Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Porém a cauda é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado.Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Possue as penas de voo anegradas, visíveis em vôo, com as asas abertas.
Alimentação

No solo o pássaro revira as folhas, buscando cupins, formigas ou içás no solo ou sob troncos caídos. Alimenta-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Aproveita restos alimentares humanos, como pedaços de pão. Alimentam-se ainda de insetos e suas larvas, aranhas, opiliões e outros artrópodes. Podem ocasionalmente ingerir sementes.
Vive no campo, é abundante nas fazendas da região sul, parques e cidades onde não se importa com a presença humana. Ocorre nas regiões Sul, Sudeste, leste e nordeste da Bahia e até o sul do Piauí.

Hábitos

O casal canta em dueto nos arredores do ninho em postura altiva e tremulando as asas, com um canto extremamente estridente. É uma ave conhecida por não ser tímida, pois se aproxima do homem sem medo e canta como se soubesse que está sendo observada e admirada.

Reprodução

Constrói seu ninho de barro em forma de forno, misturando palha e esterco seco com barro úmido. Instala seu ninho sobre árvores e até postes de eletricidade. Ele pode ser ocupado por outros pássaros - como o Canário-da-terra-brasileiro- ou até mamíferos e insetos. Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, parecendo realizar um rodízio entre dois a três ninhos, reparando ninhos velhos semi-destruídos. Quando não há mais espaço para a construção de novos ninhos, o pássaro o constrói em cima ou ao lado do velho.
A fêmea deste pássaro põe de 3 a 4 ovos brancos a cada 4 meses. O processo de incubação dura de 14 a 18 dias. Os filhotes são alimentados durante um período que oscila entre 23 e 26 dias, depois disso, já estão prontos para voar e partir.

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Endereço de um site que mostra a construção do ninho pelo João-de-barro

História sobre o João-de-barro
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
Segundo a lenda,  há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.
O pai dela então perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
E o velho respondeu:
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E foi naquele exato  momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

MUSICA
O João-de-Barro (Hugo de Jesus Lombardi Mancin)

A historia verdadeira, que ouso contar agora,
Contradiz grande poeta, que a contou de outra forma,
Respeitando seu passado; sua grande inteligência,
Faço de forma humilde, porém com muita prudência,
Procuro fazer justiça, procuro trazer clemência.
À natureza  tão sábia e tão cheia de decência.

O pedreiro da floresta, com grande sabedoria.
Escolhe sua companheira, com amor e simpatia,
Revoando com destreza, com graça e alegria,
Bate as asas quando canta fazendo grande euforia.
Fazendo estardalhaço, sacudindo a  revelia,
Os galhos da laranjeira, perto do raiar do dia.

A  Joaninha toda prosa, sentindo ser escolhida,
Não precisa nem jurar seu amor por toda vida,
Pois no âmago do ser, deste ser da natureza,
A fidelidade é intrínseca já faz parte com clareza,
E no exemplo dos pais, que os ensinou com certeza,
Será fiel companheira, na alegria ou na tristeza.

O casalzinho formado de maneira natural,
Revoa alegremente, procurando na floresta,
Por um lugar ideal, para construir a casinha, e proteger o casal.
Já encontrado o galho bem no alto da paineira,
Começam a construir misturando o barro à palha,
Meticuloso serviço, de modo artesanal.

A porta tão esmerada, aos poucos vai se formando,
Do lado oposto a chuva que cairá no verão,
E com grande saber e mostrando e sua aptidão,
O primeiro quarto é dele, servindo de proteção,
Ao quarto de sua amada, predadores não irão,
Sem passar por seu cadáver, ela não molestarão.

No quartinho confortável, será feito um lindo ninho,
Tão quente e aconchegante, protegido e tão ameno
Pois a parede é de barro, evita os raios do sol,
Da ventania protege, e ampara do sereno,
A noite passa tranqüila, a noite passa tão bela,
A casa esta tão bonita, e o amor lá dentro dela.

Com o lar já construído e com o dever cumprido,
O casal ora se entrega ao amor e a paixão,
Vivem felizes e livres aproveitando o verão,
E aguardando os frutos deste amor permitido,
Eles gorjeiam seu canto num dueto bem tremido,
Anunciando o rebento, fazendo grande alarido.

O filhote bem cuidado, alimentado e bonito,
Vai crescendo com saúde, harmonia e protegido,
E o casal tão orgulhoso, com carinho e com esmero,
Lança seu filho no ar, para o seu vôo primeiro,
No princípio e desastroso, todo cheio de trejeito,
Não desiste e recomeça até seu vôo perfeito.

Assim tudo recomeça ao chegar novo verão,
Mas nosso casal  primeiro, o nosso João pedreiro,
Continua sua vida por muitos ciclos ainda,
Até chegar a velhice, o outono do casal.
Um dos dois irá primeiro, isto é tão natural,
Pois um dia a vida finda, tudo tem o seu final.

Mas aí que o casal se mostra, um dos mais sábios seres.
Sem saber injustiçado, prova a fidelidade,
Ao tombar seu companheiro, arrasta o corpinho inerte,
Com muita dificuldade, até o quartinho traseiro,
Fechando a porta interna com barro, palha e esmero.
Sepultando o corpinho do seu amor verdadeiro.

Por isso que o poeta, outrora foi enganado,
Ao saber que na casinha, um corpo foi encontrado,
Deduziu-se no momento, aquela historia tão triste,
Do João sentido traído tal decisão ter tomado,
E ter servido de exemplo a tanto homem malvado,
Que justificando a maldade se sentiu aliviado.

Ao contar esta historia, eu tenho uma intenção,
Libertar o João de barro do exemplo da traição,
Por no coração do homem o amor e harmonia,
Trazer para os nossos lares muita paz e alegria,
Além de respeito mútuo , reciprocidade e carinho,
E que conforto se instale para sempre em todo ninho.


 
Distribuição geográfica - João de barro (Furnarius rufus)
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